E aí, galera?

Sejam bem-vindos! Aqui vocês poderão encontrar as matérias trabalhadas em sala de aula e algumas dicas para provas e vestibulinhos. Em caso de dúvidas, pode-se fazer comentários sobre o texto. Sempre que possível, procurarei responder. Boas aulas e Deus os abençoe!

terça-feira, 23 de junho de 2009

De olho nas avaliações!

Salve!

As avaliações bimestrais ocorrerão nas seguintes datas:

8A - 24/6 - 1ª aula (45min)
8B - 24/6 - 2ª aula (45min)
8C - 26/6 - 2ª aula (45min)
8D - 24/6 - 4ª aula (45min)
8E - 24/6 - 5ª aula (45min)

- Caso o aluno venha a faltar, ele deverá apresentar atestado médico.

- A organização das carteiras se dará por ordem numérica dos alunos a partir da mesa do professor. Por exemplo, na primeira fileira o aluno 1 sentará na primeira carteira, mas na segunda fileira o aluno 6 sentará na última carteira, e assim sucessivamente.

- As salas de fora terão no máximo 5 carteiras por fileira e as salas de dentro, 6 carteiras por fileira. Portanto, pelo menos a 8A e D devem se organizar com antecedência para não perder tempo de prova, uma vez que só temos uma aula juntos no dia da avaliação.

- Nenhum aluno poderá sair de sala durante a aula em que acontecer a prova e, após terminada a prova, o aluno deve aguardar no seu lugar com ela virada até que seja recolhida.

O que vai cair na prova?

- interpretação de textos;
- intertextualidade;
- comparação entre textos (tema e forma - parágrafo ou estrofes e versos);
- análise do texto poético;
- gêneros do discurso ou textuais(características;
- denotação e conotação;
- elementos de poema (verso, estrofe, rima, ritmo, aliteração...);
- soneto (tipo de poema);
- figuras de linguagem: metáfora, comparação, antítese, paradoxo, eufemismo, hipérbole, sinestesia e personificação.

Enfim, estudem para não tirar um F! (brincadeira)

Tirando dúvidas - Figuras de Linguagem

A primeira dúvida se refere à diferença entre metáfora e comparação.

Nas duas figuras comparamos seres, coisas, elementos diferentes a partir de algo que ambos possuem. Vejamos: quando dizemos que Ulisses é um leão, comparamos o leão a Ulisses devido ao fato de os dois possuírem força e coragem. Se nossa frase é construída por meio de alguma palavra comparativa, então temos a figura de linguagem comparação. Por exemplo:

Ulisses é como um leão.
Ulisses parece um leão.
Ulisses se assemelha a um leão.
Assim como um leão, é Ulisses.

Se omitimos qualquer palavra comparativa, então temos metáfora:

Ulisses é um leão.

A metáfora pode ser construída de diversas formas. Por exemplo, se desejo comparar minha amada a um anjo, poderia construir a metáfora de várias maneiras:

Minha amada é um anjo!
Meu anjo! (me dirigindo a minha amada)
As asas angelicais de minha amada me acolhem e protegem.

Outra possível dúvida é referente à diferença entre antítese e paradoxo.
Na frase:
Amar é estar às vezes triste, às vezes feliz.

eu tenho duas palavras opostas (feliz x triste) e digo que amar é em certos momentos sentir uma coisa e em outros momentos sentir outra totalmente diferente. Nesse caso, temos antítese.

Agora na frase:

Amar é estar ao mesmo tempo triste e feliz.

eu tenho também duas palavras opostas (feliz x triste), contudo eu digo que amar é ao mesmo tempo sentir uma coisa e outra. Considerando que é impossível a uma pessoa sentir as duas coisas ao mesmo tempo, temos nesse caso paradoxo, pois se constitui uma ideia que, a princípio, parece absurda, mentirosa.

Análise de Poema - outra leitura

Leia o seguinte poema:
1 Discreta e formosíssima Maria,
2 Enquanto estamos vendo a qualquer hora
3 Em tuas faces a rosada Aurora,
4 Em teus olhos e boca o Sol e o dia:
5 Enquanto com gentil descortesia
6 O ar, que fresco Adônis te namora,
7 Te espalha a rica trança voadora,
8 Quando vem passear-te pela fria:
9 Goza, goza da flor da mocidade,
10 Que o tempo trota a toda ligeireza,
11 E imprime em toda a flor sua pisada.
12 Oh, não aguardes, que a madura idade
13 Te converta em flor, essa beleza
14 Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
O poema acima pertence a Gregório de Matos, poeta do século XVII de origem portuguesa, mas que viveu na Bahia. Como vocês verão no Ensino Médio, ele pertence a um movimento artístico chamado Barroco.
Primeiramente, compreendamos o poema. Na primeira estrofe, o poeta se dirige à sua amada e futura esposa dizendo que o rosto dela é como o nascer do dia. Na segunda estrofe, ainda admirando a beleza dela, o poeta diz que o vento nos cabelos de sua amada é como se a divindade dos ventos (Adônis) quisesse namorá-la. Diante de tamanha beleza, o poeta, na terceira estrofe, aconselha-a a aproveitar a juventude e faz um alerta: o tempo passa rápido e nem sempre ela será tão bonita quanto é. Na última estrofe, ainda estimulando a amada a aproveitar a vida, o poeta aconselha-a a não esperar o envelhecimento e a morte.
Assim, notamos que o poema nos mostra como o tempo passa implacavelmente para o ser humano, que tende a perder a beleza da juventude.
Notamos também que, quanto à forma, o poema é um "soneto", uma vez que é composto de 14 versos divididos em dois quartetos e dois tercetos.
Ao comparar a amada ao nascer do dia, o poeta cria uma metáfora, pois ele compara duas coisas diferente que têm em comum a beleza.
Há outras metáforas na 3ª estrofe, uma vez que ele compara a mocidade a uma flor, devido ao fato de as duas serem belas e passageiras, e compara o tempo a um cavalo, pois ambos são velozes e implacáveis.
O fato de "o tempo trotar" poderia também caracterizá-lo como uma personificação, já que estamos conferindo uma atitude própria de ser vivo a uma ser não vivo.
Por fim, o poeta, que antes tinha comparado sua amada ao nascer do dia, algo que ocorrerá mais vezes, agora a compara a uma flor, que não dura tanto tempo. E a partir da flor o poeta diz que um dia a amada se transformará "em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada", indicando que, como todo ser humano, ela envelhecerá e morrerá.

Aliteração

Aliteração é a repetição de sons consonantais ou de sílabas em duas ou mais palavras, dentro do mesmo verso, estrofe ou frase.
O seu efeito sonoro é usado de propósito em textos do gênero literário a fim de gerar musicalidade e contribuir para o ritmo do poema. Os poetas utilizam a aliteração para sugerir ruídos da natureza . Vejamos um exemplo:

"O tempo trota a toda ligeireza" (G. Matos)

No caso acima o poeta usa o som do t com o objetivo de sugerir o "trotar" do cavalo, ao qual o tempo é comparado.

"Vozes veladas, veludosas vozes
volúpias dos violões, vozes veladas
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas" (C. Souza)

Já no caso acima, temos aliterações com o som das consoantes v, z e s com o objetivo de sugerir o som de diversas vozes aos mesmo tempo.

Lembre-se de que aliteração não é a repetição de uma letra, mas de um som consonantal (fonema). Veja o exemplo:

"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse" (E. Castro)

No verso que acabamos de ler o som consonantal do "s" é reproduzido pelas letras s e c, formando uma aliteração.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Figuras de Linguagem

Figuras de linguagem são efeitos produzidos no texto por meio de certas estratégias de composição. Veremos primeiramente oito delas. No segundo semestre veremos outras.

Metáfora - consiste em empregar um termo com significado diferente do usual, com base numa relação de semelhança entre características dos dois elementos comparados.

Exemplo: Aquele guerreiro é um leão.

Termos comparados: guerreiro = leão.
"Guerreiro" e "leão" têm em comum a força e a coragem.

Outros exemplos: "Sou um grão de areia" (R. Russo)
Neste caso o eu-lírico se compara a um grão de areia por se considerar igualmente pequeno perto do universo.

Comparação - Consiste também em comparar dois elementos, mas aqui, ao contrário da metáfora, a comparação é feita por meio de conectivos - como, tal qual, assim como, semelhante a... - ou verbos - parece, assemelha-se...

Exemplo: Aquele guerreiro é como um leão.

Antítese - consiste na aproximação em uma frase, verso, estrofe, parágrafo de palavras de sentido oposto, contrário.

Exemplo: Na branca areia havia uma mancha negra.

Paradoxo - também é formado por palavras de sentido oposto, contrário; contudo, no paradoxo há uma ideia à primeira vista absurda, que parece uma mentira.

Exemplo: (Amor) é um contentamento descontente. (Camões)
Perceba que neste caso sabemos que descontente é um adjetivo que afeta o substantivo contentamento. O paradoxo é: como pode haver um contentamento que é descontente?

Eufemismo - consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.

Exemplo: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

Hipérbole - é, de certa forma, o contrário do eufemismo, pois nele se exagera uma ideia a fim de gerar impacto no leitor.

Exemplo: Rios te correrão dos olhos, se chorares. (O. Bilac)

Personificação - consiste em atribuir a seres inanimados características próprias de seres animados.


Exemplo: O vento uivava lá fora.
Uivar é próprio do lobo, que é um ser vivo.

Sinestesia - fusão de sensações diferentes numa mesma expressão.

Exemplo: Olivia tinha uns olhos quentes. (C. Lispector)
Aqui se funde o sentido da visão (como os olhos de Olívia são vistos) com o sentido do tato (calor).

Não deixem de consultar os demais exemplos dados em aula e os exercícios que fizemos.

Análise do Poema II - aplicando os conceitos

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Número de versos: 14
Nùmero de estrofes: 4

Percebemos no poema acima que ele tem 14 versos divididos em quatro estrofes. Duas estrofes têm 4 versos (são chamadas de quartetos) e outras duas têm 3 versos (são chamadas de tercetos).
Sempre que um poema tiver 14 versos divididos em 2 quartetos e 2 tercetos, nós o chamaremos de soneto.
Se notarmos o final de cada verso, encontraremos sons coincidentes que obedecem a uma organização. Esses sons coincedentes são chamados rimas. Veja: atento-tanto-encanto-pensamento/ momento-canto-pranto-contentamento / procure-vive-ama / tive-chama-dure.
Se atribuíssemos um número para cada rima diferente usada pelo poeta, teríamos a seguinte sequência, como vimos em aula, 1-2-2-1/1-2-2-1/4-5-6/5-6-4 (ou em letras: abba/abba/cde/dec). Assim, podemos concluir que o poeta não distribui as rimas aleatoriamente, mas obedece a uma sequência, afim de gerar um efeito rítmico e melódico.
Passemos, agora, para a compreensão do poema:
É importante notar que o poeta, ao compor o poema, costuma inverter a ordem das palavras, a fim de encaixá-las na forma que ele pretende usar: por exemplo, um soneto. Então na primeiro verso do poema, onde lemos: "De tudo ao meu amor serei atento", se organizarmos na ordem de sujeito-verbo-complemento, teremos "(eu) serei atento ao meu amor de tudo" ou "De tudo (eu) serei atento ao meu amor".
Nas duas primeiras estrofes o poeta faz uma promessa à amada. Essa promessa consiste em ser fiel à amada em todas as situações, vivendo o amor nos momentos alegres e tristes. Já nas duas últimas estrofes ele diz que quando a morte ou a solidão vierem ao seu encontro, ele poderá dizer que viveu o seu amor (e sua fidelidade) intensamente enquanto seu amor durou, pois o amor, segundo o poeta, não dura para sempre.
Reparem que no verso "amor é chama" ele estabelece uma comparação entre os dois elementos. O amor é chama porque aquece, ilumina, mas também porque, como a chama, não dura para sempre, apaga-se. Aqui temos uma metáfora, como aprendemos em sala.

Análise do Poema I - alguns conceitos

Alguns conceitos referentes ao estudo da poesia:
Poema é um tipo de texto composto geralmente (nem sempre) de versos e estrofes, com ritmo e linguagem subjetiva (que expressa pensamentos, sentimentos ou emoções do sujeito).
Ritmo - as palavras no poema valem mais por sua sonoridade do que por seu significado. Por isso elas são organizadas no texto poético de modo que produzam efeitos rítmicos e melodiosos. Para isso, costuma-se repetir letras, vogais ou mesmo usar rimas e versos com um mesmo número de sílabas poéticas (para saber mais pesquise o termo em negrito no Google, por exemplo).
Verso - linha que forma o poema. A palavra "verso" vem do latim "vertere" e significa "voltar, retornar". Assim, como a música, o poema é feito de sons e pausas que contribuem para conferir ritmo ao poema.
Estrofe - é um agrupamento de versos separado de outro agrupamento geralmente por um espaço em branco (uma linha).
Rima - repetição de um mesmo som ou sons muito parecidos no final de versos.